terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sétimo Dia - Santa Cruz de la Sierra

    Santa Cruz de la Sierra é a cidade mais populosa da Bolívia , e seu crescimento demográfico é o segundo mais rápido da America do Sul (depois de Maracay, na Venezuela), sendo atualmente também a 14ª cidade que mais cresce no mundo. É também o departamento mais rico da Bolívia respondendo por mais de 30% do PIB Boliviano. Os  Crucenhos são separatistas e sonham formar um novo pais com sede em Santa Cruz.
    
   Quando chegamos em Santa Cruz e fomos procurar um hotel(pagamos 140 Bolivianos no hotel Copacabana), resolvemos pagar um pouco mais caro e ficar em um com ar condicionado pois depois de pegar um calor insuportável em Corumbá ficamos com "calorfobia".

     Lugares que conhecemos:
     - Mercado de Bario Lindo (taxi custa uns 10 bolivianos) lá você encontra de tudo!
     - Parque Arenal (da para ir caminhando apartir da praça 24 de setembro)
     - Cabanas do Piray (táxi custa 15 bolivianos)
  - Plaza 24 de Setiembre - aos arredores da praça você encontra muitos restaurantes, hotéis, casas de câmbio e lojas.

     Para quem gosta de artesanato existem várias lojas ao redor da Plaza 24 de Setiembre além de hotéis e restaurantes. Para o almoço vale a dica de pedir o prato do dia que custa em torno de 18 bolivianos e vem como entrada uma sopa e como prato principal geralmente arroz, pollo (frango- os bolivianos gostam muito de frango e pimenta ) e batata frita e depois vem uma sobremesa. Uma dica pitoresca é aventurar-se nos micro ônibus que circulam pela cidade e que foram feitos para pessoas de no maximo 1,50m e se vocês foram pegar um taxi, vale a pena pechinchar .


     A noite fomos provar o pico macho ou picalomacho (40 bolivianos) que é salsicha ou linguiça, batata fria, carne, pimenta, ovo e um molho muito saboroso e levemente picante, para quem não gosta de pimenta, que é o meu caso cuidado com uma coisinha verde que se parece com o nosso pimentão que noa verdade é uma pimenta que arde pra caramba, so fui descobrir isso depois de ter colocado umas 3 fatias na boca, rsrs. Ufa! quase achei q não fosse sobreviver! Mas vale a pena a aventura.


    Os crucenhos possuem traços indígenas bem fortes e pelo menos a primeira vista notei que não são muito de conversar, são mais "secos", um fator interessante foi que depois de conversar muito com um taxista, ele ficou mais a vontade e falou que as pessoas de Santa Cruz têm medo dos brasileiros, comecei a sorrir e perguntei o por que, ai ele falou que eles olham muita noticia na tv sobre mortes no Rio de Janeiro por causa do tráfico ai ficam assustados por isso quando eles  escutam alguem falar em portugues ja ficam desconfiados.


    Pela tarde pegamos o ônibus para Sucre as 16 horas (passagem custou 80 Bs pela empresa de ônibus Santa Cruz.) e chegamos la por volta das 8:30 da manha da uma faixa de quase 700km de estrada na maior parte não asfaltada e em péssimas condições, para quem gosta de aventuras e não liga para conforto essa é a rota certa, pois de todas as viagens que ja fiz na minha vida a mais desconfortável foi essa, digo isso sem a menor duvida, o ônibus na verdade deveria se chamar de "pula pula", ele tem pneus muito altos por causa da estrada ruim e dos rios não perenes que aparecem ao longo do trajeto quando chove por perto, foi feito para uma total interação do passageiro com as estradas pois a cada buraco que ele passar você irá até o teto do "pula pula", mais tem o fato positivo que é a paisagem, a subida do "pula pula" na Cordilheira dos Andes com os cactos gigantes e os rios não perenes é linda, passamos por la quando os rios estavam secos, somente viamos pedras. Uma dica para quem for se aventurar num ônibus como este, primeiro coloque um saco plástico ou uma capa na sua mochila senão ela irá ficar pura poeira, quando for comprar a passagem escolha do lado oposto ao do motorista para nao pegar a fumaça toda do ônibus na sua cara e se você fechar a janela passará calor, não tome muito liquido pois não há banheiro e onde o ônibus para é nojento demais para usar o banheiro e nem pense em comer, leve um lanchinho e por último e o principal, lembre que isso é um "pula pula" e não um ônibus então não escolha as poltronas no final do ônibus, digo isso por experiência própria. 


     Uma coisa característica desta viagem é que você irá conhecer as Chollas que são as camponesas daqui descendentes de indígenas que mantém por muitos anos a mesma forma de se vestir: tranças nos seus longos cabelos, saia encorpada de rendas ou veludo com anágua mostrando as pernitas, chapéu típico e quase sempre um pano colorido nas costas, ou para transportar seus filhos, ou algum mantimento. Apesar da vestimenta apresentar o orgulho indígena esse  trajes foram os espanhóis (Carlos II em fins do século XVIII) que obrigaram as índias a usarem e foram calcados nos vestidos regionais das camponesas espanholas da Extremadura, Andaluzia e país basco, e o mesmo ocorre com os penteados das indígenas repartidos ao meio, impostos pelo vice-rei Toledo.¨ Mais uma coisa todas a cholas tem em comum que é uma face dura, mostrando que sao mulheres batalhadoras de uma vida muita dura cheia de privações e dificuldades vivendo as margens de  uma sociedade que as esqueceu como seres humanos.


       Ah, estava esquecendo, assim que o ônibus estacionar para o embarque, entre logo no ônibus pois as chollas carregam muitas coisas e vão "socando" tudo isso no bagageiro e na poltrona ocupando todo o espaço.É engraçado de ver, elas carregam muitos sacos e colocam tudo no bagageiro, poltrona e no chão, quando você vê fica tentando imaginar onde que elas vão sentar, e o mais incrível, elas conseguem se encaixar no meio daquela bagunça. Outra coisa que você verá e terá que tomar cuidado, elas colocam um pano no corredor e deitam la ou colocam seus filhos. No meio da noite, se quiser se levantar, não esqueça disso!

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